musica

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sonhos de mariposas



Mãos
Pétalas,
Sonhos de mariposas,
Vozes,
Vultos,
Duas cópias, que olham para trás
Uma equação, canto de morte.
Não mereço esta vida,
Nas esquinas, pequenos duendes correm
Sorriem, pulam de um alto prédio
 E navegam pelos ares,
A fome, a solidão de quem vê.
O céu está nublado, e o vento sorri,
Queres voltar, continuar a vida,
Mas seu corpo se desintegra lentamente,
Queres ver o sol, correr pela praia,
Queres ajudar os mais fracos,
Uma ampulheta do tempo é cruel e decide
Que não deverás olhar a lua, ou beijar a menina.
Um tronco seco de uma árvore ,
Alguns cupins olham para dentro de si mesmo
E deparam com a inexata fórmula da vida.
Gametas e embriões nadam
Em ventres mortos,
Soldados da morte vigiam os céus,
Cometas e asteróides passam,
Queres ajudar o planeta destruído,
Ou rir de coisas tolas, simples, ou belas.
Tuas mãos não podem apertar as minhas,
Debaixo deste sol, existem outros sóis, eu sei
E acima do Universo, talvez, algo viva.
Os duendes saltam do alto prédio e nadam
Pelo espaço, choram por nós.
Imagens, cores, misérias, aflições,
Nossos corpos frágeis, lágrimas.
Meninos nas ruas, você os vê e quer voltar,
Você os vê e quer deitar na relva úmida,
Você os vê e quer sorrir para todos, e planejar ,
Poucas coisas, banais, singelas, somente amor.
Sei que teu corpo está diferente a cada segundo,
E a cada segundo imagino como estará agora...
Queres voltar, eu sei, pois planejou algumas coisas,
Querer brincar com tuas crianças,
Viajar pelas montanhas, florestas, ver os pássaros.
Um viajante passa, a rua está tão repleta,
Alguns sorriem, outros baixam tuas cabeças,
Outros sofrem, ou pensam bobagens.
Sei que os duendes choram por ti,
Saltam do alto edifício e voam, voam, voam,
Mas eu não consigo saltar com eles,
Não consigo voar contigo, nem abrir teus olhos,
O mundo é inexato, todos somos inexatos,
Mulheres prenhas, ouvidos atentos,
Cientistas olham os céus, e
Abrem nossos corpos para ter a certeza,
De que nada somos, além vísceras.
A rua está deserta, você sabe,
São dois lados e você quer voltar,
Pois ainda quer brincar,
Como brincam os pássaros, e as criaturas  da selva.
Você quer voltar e me contar sobre o seu dia,
Ou mesmo  blindar o céu azul, e as crianças,
Vigília, não tenho mais noção do dia ou da noite,
Não sei mais distinguir esta rua, não me lembro mais
De minha infância, de meu primeiro amor.
Nuvens carregadas no céu em breve a chuva cairá,
E a cada segundo você desaparece levando um pedacinho de mim também.
 Verto estas lágrimas para mim mesmo,
Já que a terra continua girando velozmente,
Você olha para trás, quer voltar,
Quer parar com estes segundos que corroem teu corpo frio.
Quer reconstruir cada célula novamente,
Voltar, sorrir, e iluminar a todos.
Sim, eu sei que você quer me ver,
Quer me abraçar, e sinto que me diz:
Pai, não deixe que eu desapareça!!!!
                                                                Agosto.11

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