Teus gritos me assombram
Sempre, pelas manhãs enjoadas
Tivemos uma clara impressão
De como nada mudaria – ladrões
Entram em cena e riem de mim
Flores roxas enfeitam minha cova
Sinto-me um litopédio esquecido
Em algum ventre do passado
Pequenas cicatrizes reaparecem
Reabrem como feridas purulentas
O céu está fechado para sempre
Por que continuo a existir?
Junho/2015