musica

sábado, 31 de agosto de 2013

Trevos




O meu amor transformou-se
Em cobras, florestas escuras
Nada nunca esteve bem –  Eu até pensei
Em lagostas, moinhos de trigo.

Eu até pensei que poderia
Caminhar como um fantasma,
Mas fantasmas somem de vista,
Enlouquecem-me.

Uma lua aparece no céu,
Tenho medo de luas, do pó
Receio nunca compreender
A vida e a morte.

A paz, será que a vi um dia?
Por onde andam as fadas
Que visitaram minha infância?
O que fizeram com o Rei?

Não me peça uma segunda chance,
A linha que nos separa é tênue
Mas não podemos ver – Escurece.
Um calor paira sobre a terra.

Sinto o frio dos fantasmas
Que rondam meus sonhos,
Meus olhos choram –  Gotas
De escárnio e solidão.

                                              Jan.2013

Linhas Paralelas



Linhas paralelas entre eu e você
Tortas, inexatas – cansei-me de tudo e do todo
De vossas teorias e de vossos acordes piedosos.
Atrás do armário escondem-se crianças mudas,
Sorrisos amarelados, há um bule no fogão
Uma foto de Cristo desnudo e incapaz,
Apenas átomos que passeiam pelo espaço louco.
Da janela, penso ver elefantes que passam
Entre fileiras de abutres que dissecam o corpo,
Nu – Cristo em toda a sua glória perdida
Desenhando em um papel  seus temores.
Tudo é estranho, tudo cheira a enxofre e morte,
Todos estão tranqüilos, festejando a noite         
Ratos, formigas, fetos esbranquiçados  , uma garrafa
E restos de um outro dia , esquecidos no tempo.

                                                                Agosto/2012

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Neon



Raios, Luzes, Neon
Folha em branco, imagem
Sonhos, mariposas mortas.

O sol se foi
Para sempre, sempre.
Mesa vazia  – Velas.

Naves voam, o céu se fecha
Gotas de sangue
Em forma de lágrimas.

Segue o Rei
Riacho abaixo, canta
O canto do esquecimento.

Mãos se tocam,
Juntas tecem a sinfonia
Do eterno adeus.
                                            Jan.2013