musica

domingo, 28 de agosto de 2011

Pagarei por meu erro


Se minhas mãos ainda podem escrever
Posso lhe dar Adeus também.
Esses monstros brincam à minha volta
Negros como a morte, pálidos.
Se minha face ainda se parece com vida,
Posso então, desmanchar os teus sonhos,
Junto com os meus, tristeza.
Jura-me que não vais trair ,
O encanto de nova vida, pura ilusão,
Nem vai deixar-me à mercê dos humanos,
Com suas torpes missões.
Se minhas pernas ainda podem galgar,
Trêmulas e fracas, os degraus
Dessa insignificante morada,
Então, perdoe-me por te vir ao mundo,
Por te fazer acreditar nas tuas coisas.
Mas pagarei pelo meu crime,
De te fazer nascer, para depois morrer.
Pagarei por este erro,
Juntando-me a você neste final infeliz,
Onde jaz apenas o silêncio eterno.
                                                        Agosto.11

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ou apenas tentando aparecer










Você me diz:
Calma , cara!
Só os nomes mudam,
Já usaram, brother, irmão, mano.....
Mas que papo louco é este?
Papo de decadente,
Feito estrela cadente,que cai no mar.
Gosto mais de brother,
Sei lá, não me pergunte porque?
Ou nem me diga que é coisa de gringo.
Eu gosto de brother!!!
E não to nem aí,
Para skatistas,hardrockeiros, funkeiros, pagodeiros, reggaeiros,
Ainda mais se já viajei desde os tempos da bateria de Padre Miguel,
Jovelina, caralho!!!, jovelina... samba de roda, partido alto.
Bem, nunca curti nada disso, mas vendia os discos,
Chamados bolachas e escrevo neste bar, rápido, rápido, como que
Psicografando, seu amor por mim, ou minha realidade cruel.
Ou apenas tentando aparecer.....
                                                           agosto.11

domingo, 14 de agosto de 2011

Crepúsculo











Crepúsculo
Silêncio ao redor
Quantos planetas estarão girando agora?
Quantos sonhos estarão sonhando?
Quantas respostas existirão,
Para perguntas que jamais serão feitas?
Quem se lembrará de você ou de mim,
Quando séculos e séculos percorrerem este espaço?
Cuja probabilidade de ser real
É tão incerta quando a possibilidade
De minhas lágrimas recomporem teu corpo.
Crepúsculo.
Ondas de nostalgia me assolam,
Minha infância, tua infância,
Sombras apenas,
Noite, movimentos
Milhões de criaturas nesta morada,
A girar neste espaço inexato...
Somos todos, desde a larva,
Até os maiores mamíferos
Destinados ao eterno movimento,
De abrir e fechar bocas,
Para o alimento que nos mantém vivos,
Destinados ao eterno sexo, cujo sentido,
É apenas o de fazer aparecer outros seres...
E no fim, também seremos alimento,
Também seremos esquecimento eterno...
Crepúsculo.
Estou a dois passos de ti
Eu, por enquanto respiro, olho os pássaros no ar,
Enquanto você
Está imóvel, sem lágrimas, sem dores,
Sem poder sorrir, ou ver mais algumas vezes,
O mar, ou, apenas respirar...
Crepúsculo.
Meus lamentos serão só meus,
Durante os outonos e primaveras
Que eu ainda esteja por aqui.
E se porventura, minhas lágrimas secarem,
Que então eu me vá também...
                                                   agosto.11

sábado, 13 de agosto de 2011

Deserto









Meu jardim secou, e um punhal cravou-se
Em meu peito, deserto, vazio...
Sonhos desfeitos, como nuvens, penumbra...
Este nó na garganta e esta febre que não tem fim.
Não tente segurar minhas mãos agora,
Elas estão tão gélidas, acho que meu amor se vai,
Como se vai o dia, como se vão os desejos.
Oh! Dor, ingrata e sem igual, poupe-me, sim,
Estes encantos que dizem existir,
Já não encantam meus olhos, nem hoje,
Nem nunca mais...
                                         agosto.11

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Sobre o amor









A vida arranha, faz cócegas,
Alguém já brincou de amar comigo
E eu sei esperar o teu consentimento.
Iremos gerar aquele que se foi,
Ouvir os ruídos silenciosos do Universo,
Brincar de catar conchas, é Abril.
Tua bebida ainda me entorpece,
Teu cheiro ainda me faz lhe amar.
É estranho se falar de amor,
Quando a morte soa suave e branda...
São esquilos que correm pelas florestas,
Animadas pela força vital, pelo amor.
Uma tênue cortina nos separa, crianças,
Pássaros que voam, um balé no céu azul
Uma dança de amor e aconchego, lhe digo
Das pétalas de rosa, que caem, é Abril,
Escuto sons de cristal, o som da chuva,
Ao longe, montanhas verdes, quietude,
Nesta terra que gira e gira sem parar...
                                                               agosto.11

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Até quando










Até quando estas lágrimas voarão
Pelo espaço entre mim e você?
Até quando esta dor corroerá minha alma, até quando meu Deus?
Até quando meu choro silencioso trará uma resposta,
Mas é só este vazio, estas ondas que se quebram. Mísera dor...
Até quando meus dedos conseguirão escrever, até quando estes olhos,
Conseguirão alcançar uma mecha de luz ou de esperança?
Até quando meus pés me levarão a qualquer lugar,
Por entre ruas, o escuro da morte se faz presente agora.
Até quando irei sonhar o sonho dos desvalidos, até quando
Este sangue irá correr por entre minhas veias, até quando, senhor?
Até quando poderei imaginar, quebrar este dom de se ter uma dor maior,
Maior do que a própria dor que pensei ter, um dia?
Até quando serei esta sombra, este vulto em preces? Até quando poderei
Suportar as imagens, as lembranças, até quando terei esta sensação,
De que as portas se fecharam para sempre...
Até quando esperarei para ti me buscares?
Até quando?
                              agosto.11

Meu Pixú

 









Meu pixú
De tantos sorrisos
De falas, planos
Meu pixú, amado e querido,
Das praias, das pipas, dos sonhos.
Meu pixú
Dos encantos, das visitas,
Dos apertos de mãos,
Dos conselhos mútuos...
Meu pixú, grande amigo,
Das ligações, das mensagens,
Dos desejos, que, com certeza
Seriam realidade.
Da força de vontade, do sorriso,
Meu Pixú....
Que se foi sem me dizer adeus,
E me deixou mirando o nada....

                                                    agosto.11

sábado, 6 de agosto de 2011

Aqui estou eu










Aqui estou eu
Entre ti e mim, alguns passos.
Entre nós e este céu azul,
Apenas seus olhos tristes.
Aqui estou eu,
Observando estes milhares de insetos
Que não sentem a dor de um outro ser,
Precisam deste banquete.
Torno-me mudo e incapaz...
Por que não escolhem a mim,
Cujo coração bate lento,
Desritmado, incapaz...?
Aqui estou eu,
Nesta nave errante.
Mísera nave, de dor e mentiras.
Sabe cara, acho que agora
Odeio este sol, estes mares,
Acho que agora odeio a mentira,
Que nos contam ao longo dos séculos.
Sabe cara,
A noite vai cair em breve,
E você estará só,
Com estes malditos vermes
Sem noção do que é a dor,
Sem noção do que éramos
Você e eu.....
                                 Agosto.11

Escurece











Sou sempre o último a deixar este lugar,
Então vagueio por entre túmulos,
Enquanto a noite cai.
Às vezes, olho para trás,
Na esperança de vê-lo vindo,
Outras vezes, vou conversando com as lápides,
Vagando e sem saber com certeza,
Se alguém me vê, ou mesmo responde...
Escurece,
Escurecem faces e sorrisos.
Não sou uma lenda viva,
Talvez apenas um morto vivo
Que enfim descobriu a solidão.
                                                  Agosto.11

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sonhos de mariposas



Mãos
Pétalas,
Sonhos de mariposas,
Vozes,
Vultos,
Duas cópias, que olham para trás
Uma equação, canto de morte.
Não mereço esta vida,
Nas esquinas, pequenos duendes correm
Sorriem, pulam de um alto prédio
 E navegam pelos ares,
A fome, a solidão de quem vê.
O céu está nublado, e o vento sorri,
Queres voltar, continuar a vida,
Mas seu corpo se desintegra lentamente,
Queres ver o sol, correr pela praia,
Queres ajudar os mais fracos,
Uma ampulheta do tempo é cruel e decide
Que não deverás olhar a lua, ou beijar a menina.
Um tronco seco de uma árvore ,
Alguns cupins olham para dentro de si mesmo
E deparam com a inexata fórmula da vida.
Gametas e embriões nadam
Em ventres mortos,
Soldados da morte vigiam os céus,
Cometas e asteróides passam,
Queres ajudar o planeta destruído,
Ou rir de coisas tolas, simples, ou belas.
Tuas mãos não podem apertar as minhas,
Debaixo deste sol, existem outros sóis, eu sei
E acima do Universo, talvez, algo viva.
Os duendes saltam do alto prédio e nadam
Pelo espaço, choram por nós.
Imagens, cores, misérias, aflições,
Nossos corpos frágeis, lágrimas.
Meninos nas ruas, você os vê e quer voltar,
Você os vê e quer deitar na relva úmida,
Você os vê e quer sorrir para todos, e planejar ,
Poucas coisas, banais, singelas, somente amor.
Sei que teu corpo está diferente a cada segundo,
E a cada segundo imagino como estará agora...
Queres voltar, eu sei, pois planejou algumas coisas,
Querer brincar com tuas crianças,
Viajar pelas montanhas, florestas, ver os pássaros.
Um viajante passa, a rua está tão repleta,
Alguns sorriem, outros baixam tuas cabeças,
Outros sofrem, ou pensam bobagens.
Sei que os duendes choram por ti,
Saltam do alto edifício e voam, voam, voam,
Mas eu não consigo saltar com eles,
Não consigo voar contigo, nem abrir teus olhos,
O mundo é inexato, todos somos inexatos,
Mulheres prenhas, ouvidos atentos,
Cientistas olham os céus, e
Abrem nossos corpos para ter a certeza,
De que nada somos, além vísceras.
A rua está deserta, você sabe,
São dois lados e você quer voltar,
Pois ainda quer brincar,
Como brincam os pássaros, e as criaturas  da selva.
Você quer voltar e me contar sobre o seu dia,
Ou mesmo  blindar o céu azul, e as crianças,
Vigília, não tenho mais noção do dia ou da noite,
Não sei mais distinguir esta rua, não me lembro mais
De minha infância, de meu primeiro amor.
Nuvens carregadas no céu em breve a chuva cairá,
E a cada segundo você desaparece levando um pedacinho de mim também.
 Verto estas lágrimas para mim mesmo,
Já que a terra continua girando velozmente,
Você olha para trás, quer voltar,
Quer parar com estes segundos que corroem teu corpo frio.
Quer reconstruir cada célula novamente,
Voltar, sorrir, e iluminar a todos.
Sim, eu sei que você quer me ver,
Quer me abraçar, e sinto que me diz:
Pai, não deixe que eu desapareça!!!!
                                                                Agosto.11