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sábado, 30 de abril de 2011

A sete chaves







Ver-te agora foi para mim verter
Lágrimas de sangue
Não achas?
Certamente deve ter lido o jornal
Remontamos há séculos atrás, e agora?
Fingir que tudo é brincadeira
Ou deixar esta ansiedade tomar conta de mim,
Tanto faz...
Não posso ser uma lebre que corre
Tua vida é passageira, mas não soube
Apesar de tudo tenho febre
De ti ,por ser tolo ainda,
Por acreditar que o silêncio pudesse
Dar provas dos anseios
Ou fugir, ou calar,morrer
Neste tédio fútil e incapaz.
De tudo o que ficou,
Foi  o teu cheiro em dose dupla
Que tenho Guardado a sete chaves,
Para meus momentos de saudade e solidão.
                                                                     Abril.11

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sol a pino

Meu amor por você está a pino
Vamos voar por estas nuvens
Tentar desvendar o mistério,
Quem sairia vencedor
Nesta batalha de mentiras?
Venha e olhe nos meus olhos,
Sinta a tua verdade em mim
Olhe para aquela montanha e me diga,
Quantas vezes você pensou em mim hoje.
Existem outros planetas iguais a este
E você estará lá também,
Não posso mais tentar brincar de viver
Ou lhe ver por alguns momentos.
Então tenha a coragem de me telefonar
Mesmo que seja para dizer
Que não poderá me amar ainda.
                                                       Abril.11

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Da nossa criação mental

Passamos a nossa existência inteira criando  imagens em nossas mentes, certos de que elas se tornarão realidade, se materializarão,     -- aliás, a física quântica nos dá esta possibilidade. E quando percebemos que aquilo pelo qual ansiávamos não se torna parte em nossa vida, acabamos nos decepcionando com nós mesmos.Eu mesmo criei uma dentre tantas outras  imagens , alimentei-a durante anos e não a vi acontecer.. – pelo menos, não até o momento.
Do Amor – Amor por uma pessoa, amor incondicional, amor pelos pais, pelos filhos, amor! – Muitos tentaram e continuam tentando definir esta palavrinha –Acho mesmo que nada há para ser definido, nem o amor e talvez nem mesmo a própria definição da palavra definir,  “palavras são palavras”... ; Amor pela humanidade, amor pelos animais, “outros”, amor, amor, amor nosso quando pequenos, por nossos professores, amor pela menina do colégio, amor “alma gêmea”, amor platônico, amor paixão, amor proibido, ou profano, como dizem os falsos “moralistas” .
A estória se repete sempre e,quando estamos no limiar da velhice, começamos a colocar em prática os amores humanitários, "nem todos são assim" - mas no fundo, dentro de nós permanece aquele amor longínquo ou mesmo aquele amor proibido, cuja imagem nos persegue para todo o sempre, e temos como companheira, a boa e velha “morte sorridente”.
 --Ah! O meu amor profano, tão perto e a cada dia mais distante...
                                      Abril.11

sábado, 23 de abril de 2011

Somos os mesmos

A luz
Do sol brilha, ou será que não?
As cores são vivas ou mortas então?
Decifrar este grande enigma
Ou pequeno demais para saber.
Tudo o que somos, já fomos outra vez
A mesma tarde, os mesmos sorrisos,
Os mesmos encontros, o mesmo você.
Sensações ou sonhos?
Utopias ou mera equação...
De ser ou não ser
De tentar saber ou esquecer.
Tudo é tão estranho, a órbita
Deste planeta a girar,
Se eu não tivesse nascido
Não me verias agora
Mas eu poderia tentar.
Tantas possibilidades
Neste Universo quântico,
Tolas e inexactas equações
Einstein, Demócrates,  Platão!
Somos os mesmos de eras atrás,
Rebuscamos velhos sonhos,
E nossas mentes, naves estelares
Navegam na calma do Cosmos,
Entre a fronteira do bem e do mal
Do amor e do ódio.
Nossos ancestrais somos nós mesmos
Que através do tempo inexacto
Vagueiam de mãos dadas.
Tarde demais, perdi teu retrato
Escondi-me em uma nuvem
E a vi passar como  da outra vez.

                                                     Abril.11

sábado, 9 de abril de 2011

Hoje é o dia D






Hoje é o dia D
Onde surpresas ocorrerão
Olhe ao seu redor, percebe?
Mando-lhe notícias  e o vento,
Sopra em seus ouvidos...mas ficastes cega
Aos meus apelos, a vida se esvai...
Esta chuva ácida corroe minha pele, é verão..
Insetos adormecem na beira da estrada.
Um avião cruza os céus e o reflexo
De teu sorriso me faz chorar.
Lembro de quando vivia
E posso agora morrer,
Mas tenho medo de  fazer barulho
Não quero espantar os insetos
São tão pequenos, como nós também somos.
Não existem diferenças, nem o meu pranto
Irá lhe sensibilizar doravante.
                                                    Abril.11

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Quando você partiu











Da primeira vez em que partiu
Perdi totalmente a razão
Fiz menção de correr, gritar,
Mas tudo em vão.
Da segunda vez em que partiu
Quis acreditar que era um sonho
E que logo ouviria tua voz,
Mas então o dia amanheceu
E uma lágrima escorreu-me pelos olhos.
Na terceira vez em que partiu
Fechei-me em mim mesmo
Nada mais fez sentido então
Fingi amar para esquecer
Só você era minha razão.
Da outra vez em que partiu,
Sabia que nada mais restava,
Brinquei de ser e estar
Fingi  viver para morrer,
A cada instante, por paixão.
Da última vez em que  partiu,
Senti que esta seria a última
E derradeira versão
De um amor louco,incompreendido
Soube que nunca mais a veria,
Meu coração agora sangrava
E minha alma deu-lhe adeus então.
                                                       Abril.11

domingo, 3 de abril de 2011

Meu sonho, Teu lar



Havia um trilho de bonde
Perdido em uma estação
No chão uma fatia de pão
Esquecido por alguém faminto

Havia indícios de guerra
Entre você e meu coração
Mas tão frágil tu eras
Perdeu-se noutra estação

Olhe atentamente para algo
Noutro instante já morreu
Somos feitos estas coisas
Sonhos efêmeros, sem razão

Não me culpo pelo que penso
Estes desejos obscenos
Que partem daqui pra ti
Em pouco tempo já te esqueces
Do que acabastes de sentir

Giramos todos nesta esfera
Neste espaço que nos guarda
Eu me apoio neste instante
Deixando a terra girar

Pois enquanto ela gira
Tu dormes a sonhar
E de repente me traz de volta
Você, dentro de meu sonho, o teu lugar.
                                                                  Março.11