musica

segunda-feira, 23 de março de 2015

Nada que possa dizer










O Outono chegava manso
Trazendo um suave vento
E nossas vozes calaram

Corações partidos choram
E se calam para sempre
Sinto-me tolo e incapaz

Balas perdidas, cantos, risos
Ruas escuras, um vento frio
Teima em soprar – Lembranças

Novamente a dor aflora
Devorando tudo a sua volta
Ficamos mudos e incapazes

Nestas horas, Deus se cala
Impotente , ausente, dorme
Sonhando com estrelas

Sinto mais uma vez o vazio
De nada poder fazer
E o tempo não volta atrás

Sempre estas lágrimas
Infames, que nos calam
Balões soltos no ar

Gritos roucos asfixiam
Roubam o ar – é tão pouco
Nada posso lhe dizer

Foi no início do Outono
Que tua voz calou
Memórias esquecidas

Lembranças, risos, falas
São pisoteadas – um sopro
De vida vaga pelos ares

O Outono chegava manso
Trazendo naquela noite
Mensagens indecifráveis.
                                          

                                                           Março.2015
                              In Memória de DuPavani
                                 ++20.03.2015++                                                      

terça-feira, 10 de março de 2015

Folhas Mortas










Memorias caem das nuvens
Passeiam livremente pelas mentes
Teu coração intranquilo bate
Contra os muros sólidos da paixão

Em teu quarto, velhas fotos
Um rastro de pó e solidão
Na cama, revistas e  cartas
Escritas para alguém que já partiu

Bendito seja quem lhe pariu
Em uma noite em que as estrelas
Antecipavam a dor e a tristeza
Que haveria de sentir então

Memorias de quem partiu
A outra história já conhece
Mesmo que finja emoção
Sabe que lhe foram roubadas
                                               Para Juliana 
                               Março 2015