musica

sexta-feira, 28 de março de 2014

Há uma tempestade a chegar












Há uma tempestade a chegar
Que abaterá meu corpo e alma,
Há uma tempestade que virá
Em forma de amor!

Há uma tempestade que me fará sofrer
Então meus dias serão sempre iguais,
E nunca mais poderei te olhar nos olhos
Quando a tempestade chegar. 
                                                      Para uma alma gêmea
                                                                                          Março/2014
 


sábado, 22 de março de 2014

Trilogia










Lá no jardim, folhas e musgos
Conversam entre si e me sorriem,
Trilogia de Amor, Paixão e Morte.

Segmentos, linhas paralelas
Caminhamos a passos rápidos,
Todos nos olham, aflitos.

Por que desisto de tudo
Se ainda posso respirar?
Olho através dos vidros.

Vejo crianças que dançam
Cantigas de roda – É tarde
Preciso fechar os olhos.

Se ao menos eu pudesse
Amar-lhe novamente,
Como da primeira vez

Mas as portas se fecharam
E meu sangue corre, morno
Pelas mesmas vias de sempre.
                                                         Março/2014              



terça-feira, 18 de março de 2014

O Rei Morrerá












Espiões rondam o céu negro
Em naves metálicas, sombrias

Papeis rasgados, vaga-lumes
E vozes de fantasmas

Escondo-me de tua face
Piso em flores pelo chão.

Crateras formadas pela chuva
Formam desenhos estranhos.
                                                   Março/2014

segunda-feira, 17 de março de 2014

Distante










Ratos roubam a cena
Bailam entre caixas,
Viajantes sem destino olham
As paredes riscadas.

Grosseria é tudo que tens
Amor próprio, feridas
Que sangram para sempre,
Desenlace, pautas, egos.

É um sacrifício te perder
Estou em uma etapa
Que beira o precipício,
Você não vê a dor.

Apenas sorri, perde-se
Nas esquinas vazias,
Esconde-se da chuva
E aguarda o sinal fechar.
                                           Março/2014

domingo, 16 de março de 2014

Mistérios e Maçãs







Dois vultos se formam
Me fazem relembrar as noites
Banhadas pela lua opaca,
Que vagava pelo espaço vazio.

És assim mesmo, repete
As falas, repinta os quadros,
Falseia a voz, adormece
E guarda tua caixa de maçãs.

Pelas sombras que se formam
Sei que são fantasmas
Que passeiam pelas grutas,
Lá eu posso ainda rezar.

Mesmo que teus ouvidos
Não possam ouvir o que digo,
Continuo com os gritos
Abafados pelo ronco do motor.

                                                         Março/2014

sábado, 15 de março de 2014

Pinhas Silvestres


 







Embriago-me com a luz
Que emana de ti
E busco me libertar
De meu próprio silêncio.

Pinhas silvestres caem
Feito flechas – Incendeiam
As matas, sou cativo,
Minhas mãos foram cortadas.

Banho-me nesta noite
Entre ruínas que outrora
Pertenceram a fantasmas,
Soluços, sussurros –  O caos.

Uma criança nua passeia
Por um campo de flores
Amarelas, vermelhas, lilases,
Bem no canto da tela.
                                               Março/2014

quinta-feira, 13 de março de 2014

Morte & Cia












Sonhos, feridas, balas
Buscas, feras, caras

Planos, plenos, risos
Respostas imediatas

Palavras ásperas, vazias
Ecoam na outra sala

Tambores murmuram
Lá onde eu irei morrer

Acabaram as horas
Içaram as velas

E um velho navio pirata
Singra em  mares de sangue
                                                Março/2014

domingo, 9 de março de 2014

Bustos



Tudo passa rápido demais
Imagens, desejos, olhares
Vozes, beijos, cores, raios
Vida e morte de mãos dadas.

Quando você me sorrir
Com o mesmo sorriso de antes
Pode ser que meus olhos cegos
Já não vejam teu semblante

Restam lágrimas, saudades, lutos
Choros, velas, bustos.
Uma estrela paira no céu
De um azul pálido, mortal.

Preciso encontrá-los – Vozes
Escadas vazias, o vento
Sopra e leva minha alma
Para além dos montes.
                                        Março/2014

quarta-feira, 5 de março de 2014

Amores guardados









Quando você me sorrir
Já será tarde, pode ser
Que eu me guarde, ou
Deixe ir o amor para sempre. 

Quando você me disser
Que talvez eu tivesse razão
Ou que agora poderíamos tentar
Talvez eu morra de antemão.

Todos se foram, rápidos
Nem ao menos deixaram rastros
Não consigo vê-los nunca mais
Talvez apenas reter as imagens.

Um vento morno sopra – Outono
Permaneço mudo, impotente
São imagens, vultos, sonhos
Que me dizem inverdades.
                                                       Março/2014


Encontros









Te vi sentada
Nos degraus disformes
Um sorriso melancólico
E um rosto triste, febril 

Te encontrei em um sonho
De mãos atadas,
Os poucos raios de sol
Fugiam pelas frestas abertas.

Algumas crianças brincavam
Nas alamedas perdidas – Soluços
Vinham do sótão vazio
Abaixo dos degraus  – A sombra.

Te vi sentada, só, sonhando
Os mesmos sonhos que morreram
Em minha alma Pensei
Ter lhe abraçado então...

                          Março/2014