musica

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Confissões












Na soleira de minha porta
Encontro uma foto, com teu cheiro
Amarelada de ódio e rancor.

Enquanto brincávamos de esconder
Um avião pousou na ala norte,
De um saguão onde vi você.

Ainda percebes todo o encanto?
Ainda lembras da noite em que te quis?
Bocejam os príncipes – se apaga a luz.
                                                             Fev.2017

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Liturgia do Amor



 







A esposa do padre –  Rutinéia
Severa, Rude, Bipolar
Reprime os desejos –  Se diz virgem
  
Conforme os anos passam
Seus cabelos caem ao vento
Feito folhas secas no verão

Há um séquito na vila
Sedento por seu amor

Rutinéia vive entubada
Em seus próprios pensamentos
Delírios que se perdem no tempo

Quando a liturgia termina
Todos querem possui – La
Mas o padre diz que não

                                          Fev.2017

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O Escorpião e a donzela












Teus sonhos são doces, me acordam
Quando em meu estupor, me embriago,
Não quero acordar nem a mim –  nem a você.

Teus beijos que nunca roubei,
São cometas de luz, que passeiam
Pela minha alma perdida de amor.

Fugimos em direções contrarias,
Fingimos que tudo era ilusão – melhor
Nunca antes termos navegado.

Teus sonhos se encontram aos meus
E juntos brincam de era uma vez...
Não quero  acordar – nem a mim nem a você.
                                                                      Fev.2017

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Gotas de Memória












Amoras cor de sangue,
Não pensei em lhe dizer.
As cabeças rolam entre peixes,
Não lhes façam mal.

Quando rola um som,percebo
Como tudo é um sonho,
Vejo cores, vejo-te morta
Com uma cor pálida e tresloucada.

Por que preciso pensar sempre
Ou então, concentrar-me em algo,
Para escrever tolices ou mudo,
Olhar-te como um arbusto de verão?

Nada é tão perfeito quanto nossa
Presunção – de tentar provar algo,
Vire-se para mim e não tente
Fazer-me acreditar em inverdades.

Ratos voam no meu quarto,
Luzes, tristeza, tréguas
É embaraçoso ter que lhe dizer,
Que afinal nada valeu a pena.

De quatro em quatro, desatino
De passo em passo, descortina
Sua sede de querer – Solidão.
Estrelas voam para longe.

Gotas de sangue , minha taça
Agora vazia, de quem é a vez?
De me dizer o que restou,
Universos se distraem.

Demoro tanto para sentir, saber
Que distrações são tolices,
Mas meu relógio gira devagar
Não sinto mais fome ou sede.

Neste instante o Sol nasce
Em algum lugar distante,
Que egoísmo querer que o dia acabe,
Que tudo morra, que se apague!!!
                                                            Fev.2017

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Apenas outono aqui












Um dia irei lhe beijar
de um jeito anormal,
feito abelha matinal

Nunca é tarde, mas
sinto que perdi a cena
a ilusão, a certeza

Se nunca pude dizer
talvez não o diga mais,
será que importaria agora?

Risos e tristezas voam
como poeira no ar,
Horas e relógios Vãs

Um dia irei lhe beijar
de um jeito informal,
como se sonhasse.
                             Jan.2017