musica

domingo, 11 de setembro de 2011

O que somos










O tempo passa
O tempo não existe.
O tempo marca
Marcas não existem.
O tempo se esvai,
Somos eternas sucessões
De adeus, de sombras...
O tempo, cruel, calado.
Somos movimento,
Somos estátuas, somos pura dor.
O tempo que resta agora,
O choro de uma criança,
Movimentos, imagens.
Índios, palhaços, estádios
Casas, ruas, multidões
Passado, presente, futuro.
O tempo passa apenas para nós,
E deixa-nos marcas do esquecimento.
Carros rolam no asfalto quente,
A criança acaba de nascer, chora.
Desenhos, navios, o porto,
Um aceno de adeus,
Somos apenas imagens
Em um eterno nascer e morrer,
Silencioso e covarde.                           
Assim sempre será.
                                    Set.11

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Um debate religioso

Dois senhores conversavam, dizendo sobre os mistérios da vida.
--Sou Ateu! - disse o primeiro.
--Sou Judeu! - resmungou o segundo.
Uma leve brisa sacudiu o ar pesado, era verão a terminar, lá pelas bandas do Cairo.
De repente outra pessoa apareceu e juntou-se aos dois senhores, recomeçando o debate sobre os mistérios da vida.
--Sou Ateu! - disse o primeiro.
--Sou Judeu! - resmungou o segundo.
--Jesus de Nazaré é que tinha razão! – disse o terceiro.
A noite então chegou, trazendo um negror pálido e um silêncio profundo, junto àquelas colinas distantes...
Três senhores conversavam o mesmo assunto, debalde.
--Sou Ateu! - Gritou o primeiro.
--Sou Judeu! – Disse o segundo.
--Jesus de Nazaré é quem tinha razão! - Resmungou o terceiro...
Depois vieram o quarto, o quinto e o sexto; Homens e mulheres, cada qual dando sua opinião.
Diz uma lenda que hoje, são por volta de um bilhão.
                                                                                  Mai.11

sábado, 3 de setembro de 2011

Esta noite









Esta noite ficarei acordado,
Esperando teus passos
E não mais descansarei,
Enquanto não voltar, seja breve.
Não vês meus olhos?
São pura aflição....sim , ficarei acordado,
E quando fores abrir a porta,
Não se importe,
Sou apenas uma sombra agora...
Esta noite ficarei acordado,
Mas quando fores deitar
Levo-lhe outro cobertor.
A noite está fria, gélida
Assim como meu coração.
O café está na mesa, a lua
Parece-me quarto crescente...
Esta noite ficarei acordado
Olhando para o vazio,
Que é minha alma agora.
E quando a porta se abrir,
Serei apenas pranto.
                                         set.11

Teus olhos estão tristes

Noite, calma, vazia
Posso sentir as batidas de meu coração
O seu não mais ouço.
Para onde foram tua sede de viver,
Teu amor pelas criaturas, por todos nós...
Estes teus olhos que vejo agora,
Estavam fechados quando te vi pela última vez,
E me olham agora, de tão longe, tão longe
E não consigo reter lágrimas, lágrimas,
Não consigo parar de sonhar este sonho,
Onde tudo é tão irreal, não consigo caminhar
Sem os teus passos a me guiar,
Não consigo pensar no alimento do dia a dia,
Sem lembrar de como eras feliz.
Nesta foto que vejo agora,
Teus olhos estão tristes
Mas brilham, o brilho da paz, do amor...
E refletem meus olhos mortos, cansados.
A noite é calma, silencio....
Minha alma clama por você.
                                             Set.11

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Flores









Sempre lhe trago novas flores,
As velhas, já morreram
Ressecadas pelo tempo, pela sede.
Sempre ouço tua voz,
Tão forte, tão longe...
Um aperto em meu coração.
Sempre lhe trarei flores,
Filho amado, querido.
E mesmo que as velhas estejam mortas,
Haverá outras, que também morrerão....
Sempre lhe trarei flores,
Até o dia em que partir também.
Então, talvez não me tragam flores,
Então, talvez você o faça.
E sob o manto negro da morte,
Você me sorrirá,
Um sorriso com perfume de flores.
                                                        Set.11

Li em algum lugar






Li em algum lugar que estar vivo significa
Uma causa qualquer, ou um desígnio.
Cada coisa posta em seu devido lugar,
Além da vida e da morte,
Serei sempre um pequeno enigma..
                                                         jul.11

Um homem e sua coleira









Aquela porta está fechada, ele sabe
E do último andar de um apartamento,
O homem observa as luzes da cidade.
Vê bêbados vagando, mulheres perdidas.
Bebe um trago de sua bebida forte,
Se olha no espelho, seu coração bate fraco.
O homem e sua coleira; Ama as flores
E o amanhecer, silencioso e calmo.
E também ama uma garota de longe,
Mas agora, os rios correm depressa
Tão rápido como os dias, tão iguais.
Ele gostaria de poder voar como os pássaros,
Então iria bater na janela de sua amada,
Depois subiria muito alto, além das nuvens
Para olhar as  pessoas, vagando perdidas...

                                                                      julho.11