Madrugada negra sem mistério
Não há pão na mesa nem o vinho –
Os apóstolos assim o quiseram.
Você não me ouve mais
Minha voz ecoa morta
Pelos ares repletos de fumaça.
Olham-me do outro lado do espelho
Tenho a sensação de ser você –
Banquete de sanguessugas.
Um último abraço – Esqueci-me
Crianças jorram nos hospitais
E se enfileiram nas creches solitárias.
Por que se vai? – É tão cedo ainda
Muitos sóis virão banhar os dias
Sucessivos e sem graça.
Meus pecados pagos um a um
Nas mãos do idólatra, a auto piedade –
Trincheiras pálidas como a morte
Empurro o carrinho ladeira abaixo
E você às vezes me olha
Seu espanto me assusta agora.
Subo lentamente os degraus
Dos pensamentos e sonhos
Na esperança de lhe ver.
Abril.2015
Em memória de Thomaz Dias Saletti
*29.04.1989 +25.07.2011
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