Do Desconforto
Lá fora o calor é forte
Qual meus braços de outrora.
Quero que ouças o silencio
Desta grande multidão à toa,
Que teima em não entender
E cujos gritos não ouço.
Eis-me agora , minha flor
Inadequado a este furor tolo,
Canso-me de pensar em ti
Mas sei que nunca existimos.
Talvez seja este papo
inexato
Sobre eras, esferas,
dimensões,
Sei lá, não sinto tristeza
Nem consigo lhe esquecer
hoje.
É como se fossemos os dois,
Grandes bonecos infláveis,
falíveis.
Ouço vozes, crianças,
carros,
Tudo talvez esteja por um fio.
Você segura a tesoura agora,
Ou quem sabe eu.
Das Virtudes
Nunca atirei a primeira
pedra
Nem pude deixar de pecar.
Destes atos fracos, loucos
Que me fazem repensar ,
Em tudo que nos disseram
ontem.
Estava ainda escuro,
cansei-me
Destas visões estranhas, sou
tua parte,
Que apodrece na esfera
virtual.
Gosto de ti, como gosto
De tantas imagens que passam.
Como podemos falar em amor
Neste lado da vida, a esmo.
Piso nos canteiros que lhe
fiz,
Enterro teu passado e digo
Que me atire a primeira
pedra.
Dos Sete Cavaleiros
Os reis voltaram em prece
Não faz sentido orar agora,
Pois me querem de volta
Para a batalha sangrenta.
Teus olhos me espreitam e
dizem
Coisas singelas, tua
infância,
Teus desejos, a obra prima
Que acaba de conceber,
chora.
Clamo pelo poder dos céus
E também pela tua alma.
Anseio o campo de batalha,
Onde os sete cavaleiros
Me aguardam.
Do Reencontro
O campo está minado
Batem palmas para quem?
Estes sonhos que não voltam,
É estranho agora, ninguém vê.
São sombrios estes momentos
Não há chuva, não há sol,
Apenas pensamentos.
Encontro um bem-te-vi
Somos primogênitos,
Ansiamos pelo amor
Quando do reencontro.
Das Fraquezas
Diz-me das proezas agora
Como se eu quisesse saber,
Mostra-me a verdade oculta
Neste manto de pérfidas
injúrias!
Estamos juntos,
Neste caminho tolo e cruel.
E por mais que não
percebamos
Caímos sempre,
Perante as fraquezas
Que nos espreitam,
sorridentes!
Dos Mistérios
Procurei por entre textos,
mantras
O sentido de tudo que me
rodeia,
Vivi a sensação de observar
Com os olhos do Supremo Ser.
A cada dia, novos instantes,
Novas cores, novos sons.
Vesti-me com tua ilusão e
Vi-me tremendamente só,
Enquanto você sorria para
mim
E aguardava o momento de ser
feliz.
Das Incertezas
Permaneço neste vale escuro
De incertezas ,
procurando-te.
Verdade das verdades,
fogueira
De vaidades, o eterno amor.
Meus pés afundam lentamente,
O céu se cobre de nuvens.
Estas incertezas que
torturam
O meu ser, fecham minha
estrada,
Por onde pensei um dia te
levar
E mostrar-te o caminho para
o sol.
Do Auto-Extermínio
Firo a alma, pálida mortalha
Me espreitam os andaluzes,
No horizonte onde paira a
morte.
Firo o corpo e jorra o
sangue,
Que um dia me deu a vida
E fez com que eu pudesse te
amar.
Estas sensações me
enlouquecem
Estas visões de tudo ao meu
redor,
Causam-me aflição e você se
foi.
Você se foi quando eu mais
te quis
E sem saber, jogou fora seu
dom
Mais precioso, dom se ser
mulher.
Escrito entre fins de 2007
e início de 2008
e início de 2008
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