musica

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

E agora, onde vamos?



A boca que ri, absorta
O último que passa, sinos
Na capela, cordas, ritmos
Noite negra, lágrimas vãs.

Uma chance ao menos
Poderia tentar, não, não posso
De que adiantaria gritar,
A plenos pulmões, a glória.

Todos temos feridas a curar,
Uma vida só não basta
Talvez uma rota traçada,
Deixe traços de desespero.

Aonde quer chegar agora?
Teu vestido florido, ou raiva?
Todos temos perdões a dar
Mas de que adiantará?

Um cálice não mais sagrado,
Uma boca entreaberta, a fome
E sei que um vínculo permanece,
Ora forte, ora fraco....

Não me deixes agora, ou nunca
Tuas palavras já não enfeitam
Meu coração, meu lar, doce lar,
O que  fizemos de mal, ou de bem?

Toque a corda da vida, ou da morte,
Tudo nos espera, sempre, sempre
Já somos passado agora, tentar
Novos sonhos, não será possível.

Pai, Mãe, Avós, pretéritos mortos,
Uma criança chora, um anjo paira
Entre figuras geométricas, loucuras
Seria bom estar entre estas lacunas.

Todos temos feridas a curar,
Oh! Reis e Rainhas se foram,
Conte-me estórias de ninar,
Uma vida só não basta.....

Quando perceberemos que o amor,
Já se foi a muito, muito tempo,
Uma chance é o que pedimos agora,
Mas já é hora da morte, eu sei, eu sei...

Décadas se foram, deixaram marcas,
Teus lençóis brancos, o amor, uma crença
De que  tudo poderíamos — de que se gaba?
Acabaram-se as flores, restam lápides. 

                                                               Agosto.2012


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