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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Compaixão






Pingos d’água, estrelas cadentes
O sofrimento dos homens é um consolo,
Para aqueles que não nasceram.
Meu coração abre as portas da compaixão
Por todos, por alguém mais.
Um vulto passa através da porta
Fantasmas solitários passeiam pelo ar.
Hoje se comemora um funeral, choros
Deus se esconde de todos por mais um dia.
Talvez sejamos os últimos seres da criação,
Antes de o grande sonho acabar.
Heráclito, Parmênides, Epicuro
Estão  vivos outra vez, possibilidades.
Um homem passeia às margens do grande rio,
Algumas borboletas voam, alheias,
O sol grita em prantos, alguém soletra um nome
Milhares de sonhos acontecem esta noite,
Juntam-se aos sonhos de milênios.
Um grande arco-íris se forma no céu,
Diáfano, a chuva chega
Crianças brincam, formigas passeiam despreocupadas.
Com o que há de se ter, com o que poderiam ser.
O outono chega, triunfante,
As folhas caem, a madrugada é fria.
Um avião cruza os céus, um grande amor acontece
Sementes vagueiam pelo chão.
                                                     Junho.11

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