O Outono chegava manso
Trazendo um suave vento
E nossas vozes calaram
Corações partidos choram
E se calam para sempre
Sinto-me tolo e incapaz
Balas perdidas, cantos, risos
Ruas escuras, um vento frio
Teima em soprar – Lembranças
Novamente a dor aflora
Devorando tudo a sua volta
Ficamos mudos e incapazes
Nestas horas, Deus se cala
Impotente , ausente, dorme
Sonhando com estrelas
Sinto mais uma vez o vazio
De nada poder fazer
E o tempo não volta atrás
Sempre estas lágrimas
Infames, que nos calam
Balões soltos no ar
Gritos roucos asfixiam
Roubam o ar – é tão pouco
Nada posso lhe dizer
Foi no início do Outono
Que tua voz calou
Memórias esquecidas
Lembranças, risos, falas
São pisoteadas – um sopro
De vida vaga pelos ares
O Outono chegava manso
Trazendo naquela noite
Mensagens indecifráveis.
Março.2015
In
Memória de DuPavani
++20.03.2015++
Um comentário:
Lindo... Ele amaria.
Postar um comentário