O dia vai amanhecer, não preciso de outro dia
Nada mais há que me
impeça de voar, ou sonhar
Lamentos por toda parte, leilão de angústias
Não me façam parir o que trago dentro de mim
Violetas suaves, borbulhas que vem do céu, tua voz
Me embriaga, lá se vão os fantasmas de meu medo
Não sei que dia é hoje, tanto faz, pode ser domingo...
O ouro que carrego
está em meu coração
Amanhã será lua nova, um caminhão passa, vazio
Não sei se tem alguém ao volante – Fantasmas
No jardim de meus anseios, passeiam víboras
Às vezes soltas, outras vezes enlatadas
Tua voz, vem soando baixo, muito baixo,
Mas posso ouvir bem o que sempre quis dizer
Não há lugar para escapes, um velho pneu roda
Neste asfalto quente, mas é simples loucura
Deixo que anjos investiguem a causa, caudas azuis
Queixos finos, semblantes nostálgicos, são anjos
Preciso tentar adormecer, e ver o que encontro
Dentro de meu imaginário, é sempre você, amarela
Rompendo os muros, trocando tudo por dinheiro,
A víbora desce pelas entranhas da mulher
O mesmo semblante, pacífico, cruel, tuas jóias
São compradas no mercado negro – Tua alma
Um coração dispara, alarmes soam acima do rio
Que deixa suas águas livres, vejo o mar
O dia amanhece, já não sei se o sol vai aparecer
Nada mais há que me
impeça de voar, ou sonhar.
Para Sylvia Plath
Julho/2012 -
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