musica

domingo, 3 de junho de 2012

A Cobra, o Galo e a Montanha




Há muito tempo vivia em um Pais distante, uma cobra, que vivia triste, pois queria muito chegar ao topo de uma alta montanha; Passava os dias  a se lamentar, se lamentava tanto que seus parentes mais próximos a abandonaram, e seus amigos se foram.
Em uma casa nos arredores de onde vivia a cobra, morava um galo, que nas manhãs primaveris, quando despontavam os primeiros raios de sol bem longe, cantava, cantava e cantava, tão feliz que era por existir e por poder apreciar a bela montanha bem ao fundo, onde se iniciava o céu  e onde ele imaginava ser a morada dos Deuses.
Certa manhã, quando o senhor galo ensaiava as primeiras notas em uma escala “eólia”, percebeu que alguém soluçava baixinho bem perto dali; Deu alguns passos, atravessou um belo pomar, carregado de maçãs vermelhas, que brilhavam radiantes de felicidade, desceu uma pequena rampa, atravessou um extenso gramado que circundava o lago de águas claras e onde ele todos os dias ia beber daquela água saborosa e refrescar suas penas.
Encontrou então a senhora cobra, cabeça baixa e um olhar triste e banhado de lágrimas; Perguntou então o senhor galo – O que se passa amiga cobra?-
Ao que a mesma respondeu  Senhor galo, saiba ilustre colega,  que fui abandonada por meus familiares e meus amigos próximos, dentre os quais, três sapinhos, uma coruja, quatro minhocas e um velho tatu.  – Porque lhe abandonaram, se mal lhe pergunto? indagou o galo. – Bem, respondeu a cobra Se cansaram de minhas lamentações diárias, pois vivia a me queixar por não poder na montanha chegar .
O galo baixou a cabeça, deu duas ou três ciscadas no chão, sacudiu as penas brancas e lustrosas, aproximou-se mais da cobra e assim falou: Temos que agradecer por aquilo que a natureza  nos dá; Olhe ao seu redor, estas flores lindas, sinta este perfume! As  águas mansas do lago, árvores frutíferas neste pomar...   não vês quanta beleza existe em tudo que nos rodeia, amiga? – Ademais, acho que se chegasse lá no topo da montanha, até ficaria decepcionada! – Você acha? - perguntou repentinamente a cobra. – Claro , colega! De lá veria a paisagem cá embaixo e sentiria saudades, Não terias o calor que tens aqui ,nem uma boa água para se banhar, nem tampouco  abundância de alimento,  além de ter que se esconder das águias que por lá habitam.
 – Tens razão, meu bom amigo galo, fizeste-me ver coisas que eu não via. – Oh! Como fui tola e insensata! Vou já voltar para casa e contar as boas novas para todos que fugiram de mim. – Me dê um abraço amigão! – foi logo dizendo então a cobra. Mas o galo como era esperto, recuou e acenando para a cobra, despediu-se neste tom: Não precisas me agradecer cara colega, e agora me desculpe, pois tenho que ir rapidamente para casa, pois meus sobrinhos me esperam.  E foi subindo o gramado, cantando, cantando, feliz.
..E lá no alto, bem longe, a montanha que a tudo ouvia, permaneceu  em seu silêncio letárgico.
                                                                  Março.2011
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário