Tarde, calma, vazia
O mar traz as lembranças – passado
Suas ondas sonoras, sibilam
Em meus ouvidos, lágrimas
Escorrem e desaparecem na pele,
Pigmentos formam a base
de uma estátua em cera.
Incapaz de decifrar os enigmas,
Deus adormece nos braços
De um asteróide veloz, ecos –
Vigília eterna, foram-se os dias
Um a um, afinal.
Sinto a areia morna sob meus pés
Vultos aparecem, tomam forma,
De todos os momentos, sinto
Seus olhares tristes, contornos
Desiguais, mãos dadas,
Um grande círculo, a praia
Que pisei um dia, e nós velejamos
Felizes, e naufragamos, ociosos
E incapazes de compreender,
Os ciclos das marés, de nós mesmos.
Em meio a tantos rostos opacos,
Consigo lhe ver, - soluços.
E um eterno abraço.
Março.2012
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